Filtro ou coador?
Café Especial

Coador de Pano ou Filtro de Papel? Saiba as diferenças!

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Quando você busca “café” nas memórias, muito provavelmente te vem a imagem da infância de um cafezinho sendo passado num coador de pano, feito com afeto de manhã cedo, não é? Esse é o método mais tradicional no Brasil e, ainda hoje, é o mais usado na maioria das casas.  

Já sobre o coador de papel… dizem que é mais prático, higiênico, fácil de usar e que o de pano ficou pra trás. Essa é a discussão do post, qual é a diferença entre os dois? Qual é o melhor? Qual é o ideal para você? Siga com a gente e descubra!

Coador de Pano 

Apesar de não se falar tanto nisso, você sabia que se tratando de cafés especiais, o filtro de pano é sim um excelente aliado para extrair bons cafés? Já explicaremos o porquê!

Esse coador tem a estrutura bem simples, um tecido de algodão (pouco poroso) em formato de cone e um anel metálico para suportá-lo. Surpreendentemente, o que faz o coador de pano ser tão especial é justamente sua simplicidade, que é capaz de unir várias qualidades desejáveis em um só café.

Corpo: o resultado na xícara

Em qualquer café, grande parte do sabor vem dos óleos essenciais liberados pelos grãos durante a torra. O que esse filtro faz é permitir que partículas de óleo deslizem pelo pano, dando à bebida final um corpo marcante, acompanhado de gosto que fica na boca por mais tempo. É levemente cremoso, não tanto como um espresso, mas oferece um sabor bem completo. Ah, e sem deixar sedimentos no fundo da xícara.

Durabilidade e como conservar o filtro

O coador de pano, se bem cuidado, dura dezenas de usos facilmente sem perder em nada a eficiência. O tempo de vida útil vai de três a seis meses, dependendo do quanto usar. Entretanto, é recomendado trocá-lo a cada mês para ser mais higiênico e guardá-lo na geladeira em um recipiente com água para evitar a proliferação de bactérias.

O ideal é lavá-lo bem com água, sem usar sabão ou detergente! Não dura como o filtro de metal, mas já é uma boa vantagem em relação ao filtro de papel. Sem contar que isso faz com que o impacto ambiental seja muito menor também. 😀

Praticidade

Esse método que você já conhece desde criança é fácil de usar, não tem segredo. Para limpar, basta jogar fora a borra (ou depositá-la em um vaso de planta) e lavar o filtro, coisa que não gasta nem um minuto.

Dicas para o café perfeito no coador de pano:

  • Despejar a água com movimentos suaves e circulares fará com que o café seja passado de maneira uniforme, extraindo todo o sabor dos grãos.
  • Para eliminar qualquer sabor residual do último café ou do próprio pano, é só escaldar o coador antes de usar.
  • Para fazer café em QUALQUER método de preparo, SEMPRE use água filtrada, pois o cloro e outras substâncias da água da torneira influenciam bastante o sabor final da bebida.

Coador de Papel

Insatisfeita com a pouca qualidade e praticidade da maneira de fazer café da época, uma senhora alemã chamada Mellita Bentz inventou o filtro de papel em 1908. O que certamente ela não imaginava é a proporção do impacto que essa ideia teve no nosso modo de consumir café até hoje.

Há vários métodos de extração como a Kalita Wave, a Hario V60 e a Chemex (aqui no blog, já escrevemos sobre cada um :D) que usam filtros de papel e são especiais justamente por isso, seja pelo anatomia do suporte ou do formato do coador.

A vantagem óbvia do papel é sua praticidade por ser descartável, mas, falando em cafés especiais, esses filtros se destacam por outra boa razão: o resultado é uma bebida pura, leve, equilibrada e com acidez realçada. Isso acontece porque o papel não permite que nem o pó mais fino nem o óleo dos grãos passem para o café.

Ao mesmo tempo as vantagens podem jogar em contra… como os óleos ficam retidos, parte do sabor “real” do café se perde. O sedimento que fica no fundo da xícara em outros métodos não está presente aqui – ele faz com que a bebida não seja tão pura, mas suaviza a acidez. Para evitar esse problema, é essencial não se esquecer de escaldar o filtro; isso evita a osmose.

Outra desvantagem importante é o gasto inevitável de papel, que querendo ou não… Implica em mais consumo de celulose e resíduos eliminados na natureza.

Dicas infalíveis para esse filtro:

  • A moagem fina é a ideal tanto para o filtro de papel quanto o de pano, porque se os grãos estiverem “grossos”, a água passará muito rápido, sem ter tempo de extrair todos os sabores.
  • A medida usual para esses filtros é 10g de café (1 colher de sopa) para cada 100ml de água, mas você deve ficar à vontade para variar as medidas e criar suas receitas! Até porque as medidas perfeitas, na verdade, dependem do grão e do seu gosto.
  • Recomenda-se que primeiro se despeje água só até umedecer o pó e se espere 30 segundos. Isso faz com que aconteça o “efeito bloom”, que libera um aroma delicioso no ar e faz com que o café se expanda, soltando os óleos essenciais. Depois, é só seguir servindo a água em um movimento circular, suave e uniforme.

Conheça outros métodos de preparo

Os coadores de filtro de papel ou pano são incríveis, mas não podemos deixar de citar outros três métodos criativos que revolucionaram a maneira de tomar café no mundo, cada um à sua maneira. Estamos falando da Prensa Francesa, Cafeteira Italiana (Moka) e AeroPress!

Prensa Francesa

Começamos mencionando que essa cafeteira usa nada menos que um fino filtro de metal. O funcionamento consiste em deixar o os grãos em infusão por 2 a 4 minutos e depois baixar o pistão que contém o filtro, de modo que separe sólido e líquido. O pó fica preso no fundo da cafeteira e acima do filtro, o café pronto.

O resultado é uma bebida encorpada e na qual se sente toda a complexidade de sabores dos grãos, uma vez que há zero retenção de óleos. Também acaba passando um pouco de pó, que depois se sedimenta no fundo da xícara. Por causa isso, a moagem ideal é mediana.

Vale citar que existe uma invenção brasileira, a Pressca, que funciona com o mesmo mecanismo, mas é ainda mais prática e portátil, fácil de usar em qualquer lugar!

Cafeteira Moka

Presente em 90% das casas italianas e cada vez mais na América, essa invenção usa basicamente um filtro de metal e pressão do ar. O método é feito de duas câmaras: na parte de baixo fica a água e, em cima, fica vazio (para receber o café).

O pó fica no meio da cafeteira, de forma que a água quente sobe ao ferver (por pressão), passa pelo compartimento onde está o pó de café e, em seguida, pelo filtro de metal, antes de cair na parte de cima. A bebida final é um café marcante na boca, com sabor parecido com o de um espresso.

AeroPress

Essa cafeteira com um ar futurista é mesmo uma evolução no mundo do café, mas funciona de modo super simples. A Aeropress é como se fosse uma seringa de plástico, ou seja, o ar que fica no compartimento principal é empurrado pelo pistão de maneira que a água é “obrigada” a passar rapidamente pelo pó.

Aqui se usa um pequeno filtro de papel e a bebida esperada, ainda mais que a da Cafeteira Italiana, é forte como um espresso. O bom é que é um instrumento leve, fácil de limpar, usa filtros descartáveis e te permite fazer muitas variações na receita.

Qual é o filtro ideal para você?

Assim diz o ditado: me digas que filtro usas e direi que café gostas de tomar…  

A verdade é que não há uma regra que diz qual é o melhor. Depende do seu gosto! Prefere uma xícara limpa e equilibrada? Vá pelos filtros de papel. Gosta do cafezinho tradicional, puro e saboroso? Aposte no coador de pano. Ou então procura um café marcante, encorpado, cremoso… por que não experimentar a Aeropress, por exemplo?

O café que você escolhe faz TODA a diferença! 

Entre a descoberta de novos métodos de extração, sabores complexos, trocas de conhecimento… o mundo dos cafés especiais é uma viagem só de ida! Dessas experiências qualquer um pode participar como bem entender, criar receitas como quiser, aprender por meio de tentativas e encontrar propriedades dos grãos que nem se imaginavam antes!

Os cafés especiais são muito diferentes do que geralmente se compra no supermercado – são torrados com todo o cuidado (enquanto o comum é queimado de propósito para esconder defeitos), são grãos puros (sem mesclar com cascas ou folhas) e apresentam sabores inesquecíveis!

Os empreendimentos de cafés especiais se preocupam mesmo com o cuidado do meio ambiente, buscam certificações internacionais de bom funcionamento e trabalham com compromisso para valorizar o importante trabalho de cafeicultores. 

Quem se apaixona por esse universo nunca perde a vontade de descobrir mais cafés, desafiar o paladar, entender como funcionam os processos!


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