Curiosidades: Linguagem JAVA e Café

Hoje vamos falar sobre a Linguagem JAVA. Os mais atentos já repararam, mas você já viu que o símbolo da plataforma é uma xícara de café?

Para entender, precisamos voltar a 1991 para acompanhar de perto o time de engenheiros chefiado por James Gosling. Trabalhando na empresa Sun Microsystems (hoje parte da Oracle), estava iniciando um projeto chamado “Projeto Green”. Seu objetivo era a criação de tecnologias modernas de software para empresas eletrônicas de consumo. A ideia principal era que os aparelhos eletrônicos se comunicassem entre si.

Com o tempo, eles perceberam que poderiam ficar presos aos sistemas operacionais; isso porque criar uma versão do projeto para cada tipo de sistema era inviável. Por conta disso, desenvolveram o sistema GreenOS.

A linguagem de programação foi inicialmente chamada de Oak. Esse nome foi dado por Gosling por observar uma janela de carvalho ao pensar na estrutura de diretórios da linguagem. Porém, a equipe chegou a um impasse; já havia outra linguagem registrada com esse nome, então como chamariam seu produto?

Em e-mail a Jonathan Schwartz, em 2007, James explica como funcionou a definição desse nome, segue abaixo sua tradução livre:

De: James Gosling
Data: 24 de agosto, 2007, 8:16:58 PM PDT
Para: Jonathan Schwartz

Assunto: Como Java foi nomeada?

Nós precisávamos de um nome. Nós tínhamos usado o “Oak” (que foi selecionado essencialmente de forma aleatória por mim), e enquanto a equipe se apegou a ele, os advogados da marca registrada descartaram isso. Tivemos muitos debates por e-mail sobre nomes, mas nada foi resolvido. Nós acabamos na posição desajeitada onde a primeira coisa nos impedindo de enviar [o projeto] era o nome.

Nosso líder de marketing conhecia alguém que era um “consultor de nomeação” (não me lembro de seu nome, mas ele era ótimo). Não podíamos nem pagar o preço nem tínhamos o tempo de um processo convencional de nomeação de produtos. Ele concordou em fazer algo bastante estranho, mas eficaz e rápido: ele agiu como um facilitador em uma reunião em que cerca de uma dúzia de nós nos trancamos numa sala por uma tarde. Ele começou a nos fazer perguntas como “Como essa coisa faz você se sentir?” (Animado!) “O que mais faz você se sentir assim?” (Java!)

Acabamos com uma placa coberta com palavras totalmente aleatórias. Em seguida, ele nos colocou em um processo de classificação, onde acabamos com uma classificação dos nomes. Acabamos com uma dúzia de candidatos e os enviamos para os advogados: eles trabalharam na lista até chegarem a uma que clareou a busca. “Java” foi o quarto nome da lista. O primeiro nome da lista era “Silk”, que eu odiava, mas todo mundo gostava. Meu favorito era “Lyric”, o terceiro da lista, mas não passou no teste dos advogados. Não me lembro do nome do outro candidato.

Então, quem nomeou Java? O marketing organizou a reunião, o consultor a executou e muitos de nós gritamos com palavras aleatórias. Eu sinceramente não sei quem disse “Java” primeiro, mas tenho quase certeza que foi Mark Opperman.

Certamente não havia uma mente de marketing brilhante que passasse por um processo de pensamento.

Agora, por que Mark disse que Java o fazia se sentir animado? A resposta disso está na cafeteria frequentada pelos engenheiros na época, localizada na frente da Sun. Java é uma ilha da Indonésia em que são produzidos os cafés mais caros do mundo. Os cafés vindos de lá carregam esse nome, e esse café era diariamente consumido pela equipe!

Acho que não é de se surpreender que programadores consumissem diariamente esse líquido divino, não é? Como diria o site Vida de Programador, “Todo programador é viciado em café: MENTIRA, existem programadores que vivem sem tomar café. Mas todos os bons programadores são viciados…”