Ondas do Café
Café Especial,  Curiosidades,  História do Café

Ondas do café: a evolução da bebida e seu impacto na forma de consumo

Quanto você gosta de café?
  • Apaixonado(a) 
  • Gosto Muito 
  • Curto um pouco 

O café é um produto apreciado por todo o mundo. Ele movimenta sozinho bilhões de dólares em importações e exportações e resulta em milhões de xícaras servidas e conversas iniciadas em todos os lugares imagináveis do globo. Para isso, houve uma evolução da história produtiva do café, que foi batizada como ondas do café.

No Brasil, o café já é amado há muito tempo e, apesar de não ser tão evidenciado como o futebol e o carnaval, certamente é uma paixão nacional. Cada vez mais, a bebida vem ganhando forma. Afinal, além de estar presente no dia a dia de boa parte da população, ela foi um dos grandes responsáveis pela expansão da agricultura desde o período colonial.

Mas a forma de consumo do café mudou bastante desde o começo da sua popularização. Hoje, ele conta com diversas qualidades de grãos, diferenças relevantes nos processos produtivos e nos meios de preparo. Dessa forma, abriu caminho para um mercado que atualmente é considerado gourmet ou de alta gastronomia: os cafés especiais.

Vamos juntos explorar os momentos da história que permitiram esse caminho de evolução? Da forma de consumo aos apreciadores do café, nos acompanhe nesta viagem!

Grãos de caféPrimeira onda – Café, simplesmente café

Nos primórdios da cultura de café, o grão era avaliado simplesmente como um produto de grande valor comercial. Não havia muita tecnologia e os métodos produtivos eram bastante simples e rudimentares. Nessa fase das ondas do café, café era café, simplesmente café e ponto.

Essa visão começou a mudar no período pós Segunda Guerra Mundial. Na época, houve uma melhoria nos métodos produtivos, que permitiram uma evolução em produtividade e na qualidade de grãos. Não apenas estava-se produzindo mais café, como também um produto de maior qualidade.

Devido a isso, houve uma popularização do café, mas que ainda se baseava, principalmente, no consumo pelo valor energético que a bebida provia. A partir daí, o café começou ocupar às mesas como um complemento nas refeições.

Com o invento de novos modelos de embalagens e um avanço da logística internacional, o café ganhou o mundo e atingiu novos mercados. Ainda assim, esse movimento de expansão partiu dos produtores. Eles tinham a preocupação de gerar qualidade visando o aumento de produtividade. Entretanto, ainda não existia o cuidado e a necessidade de apresentar o café em suas diferentes variações.

Segunda onda – Café? Só se for agora!

Por volta dos anos 60, iniciou-se a mudança de comportamento de consumo: as pessoas passaram a se interessar por apreciar o café de forma diferente.

Alinhado a esse potencial de procura, na segunda fase das ondas do café, houve a criação das primeiras máquinas de café expresso. Essas cafeteiras se tornaram uma opção diferenciada para o consumo do café. Posteriormente, elas também se tornaram o grande símbolo dessa etapa das ondas do café.

O café expresso popularizou o consumo da nossa bebida predileta e incentivou movimentos e iniciativas de negócios. Várias cafeterias foram abertas e surgiram cadeias como o Starbucks, especializadas na bebida.

É claro que, com o aumento da concorrência, as cafeterias não poderiam manter-se originais e interessantes apenas com as opções de café coado tradicional e expresso. Assim, iniciou-se a criação de uma cultura de adoração e gosto pelo consumo em diversos formatos.

Rapidamente, o café elevou o seu status de coadjuvante nas mesas para protagonista de consumo ao lado de outros produtos. Ele recebeu incrementos em sua fórmula tradicional, como a introdução do latte (o leite na mistura), o chantilly e as especiarias. Passou a ser acompanhado por bolos, biscoitos e suspiros que harmonizavam com a bebida.

Esse incentivo ao consumo, naturalmente, gerou a percepção de que existiam sabores diferentes a serem explorados. Se originaram, assim, as primeiras avaliações de grande importância nos diferentes tipos de café. Fatores como o aroma, a acidez e o corpo foram ganhando importância, e uma cultura de degustação se estabeleceu.

O perfil de consumo também evoluiu, passando a atrair pessoas mais jovens e consolidando a profissão de barista como o especialista em preparo da bebida. Além disso, foi necessária a resposta dos métodos produtivos. Houve uma evolução no tratamento de café, tanto em seu cultivo como nos processos de preparo da bebida. E, dessa forma, se deu o nascimento do que conhecemos na atualidade como café especial.

ondas do café

Terceira onda – Qual é a história deste café?

A evolução natural desse mercado, que ainda presenciamos nos dias de hoje, deu uma nova visão ao consumo do café: apreciação.

Para além das cafeterias, agora é importante observar a origem do café. Na terceira fase das ondas do café, é necessário compreender os métodos produtivos, os diferentes tipos de café, as influências climáticas na produção e microcultura. Acima de tudo, é preciso focar na qualidade.

Essa nova consciência gerou uma valorização do que é exclusivo, personalizado, único. Privilegia, por exemplo, os pequenos produtores, a produção reduzida e processos produtivos menos agressivos ao meio ambiente e ao grão. Na contemporaneidade, as pessoas buscam cada vez mais entender as origens dos produtos que consomem.

Todo esse movimento de conhecimento presente nessas etapas gera o que podemos chamar de consumo consciente. O contexto e a história do café consumido se tornaram tão importantes quanto a bebida. Isso estimulou a evolução de experiência nas cafeterias. Na contemporaneidade, elas estão atentas em oferecer conteúdo como valorização na apresentação de uma bebida especial.

É interessante observar também que a terceira onda não anulou a existência da segunda onda, apenas dividiu a direção das pessoas.  Alguns consumidores passaram a apreciar sabores diferentes de café, até mesmo como hobby. Outros se mantiveram fiéis aos padrões de consumo de café tradicional sem, logicamente, abrir mão da qualidade do grão.

No consumo doméstico, a confecção de uma xícara de café elevou seu status de algo corriqueiro para um momento de apreciação, praticamente um ritual. Trata-se da experiência de curtir o preparo, avaliar cautelosamente a temperatura e a proporção de água utilizada, as técnicas e métodos produtivos.

O que esperar do futuro do café

As especulações sobre o futuro do consumo do café são as mais variadas. A única certeza é que a apreciação da bebida se elevou ao patamar de arte e lazer. O café conquistou uma onda de amantes, os coffee lovers, gerando uma conexão de pessoas unidas pelo seu interesse comum no café

O fato inegável é que o café já funciona como um elo para  boa parte dos relacionamentos humanos da sociedade atual. Pessoas não são mais convocadas para reuniões junto a líderes, fornecedores ou entrevistas de emprego. O convite mais comum para uma conversa próxima é o famoso “vamos tomar um café?”

Isso se entende como um reflexo da conexão que as pessoas alcançam através de uma simples xícara de café. Não há disputa entre o café preferido das pessoas reunidas. O momento é simplesmente de apreciação, onde cada paladar aceita o café que melhor lhe encanta. Para cada pessoa existe um café único.

O mais interessante é perceber que a nova geração já cresce junto a essa cultura de conexão do café. Isso fará parte de seu DNA, e prolongará ainda mais a dinâmica e a apreciação do café.

Essa tendência mostra que o mercado de café ainda poderá se transformar mais, evoluir mais. E nós estaremos por aqui, acompanhando estas transformações, sempre trazendo o que há de melhor em nossa paixão.

Aceite o nosso desafio

Já que estamos em clima de celebração das ondas do café, da história da bebida, aceite nosso desafio. Percebemos que o café pode unir pessoas. Por isso, convide para um café uma pessoa que você não convidaria habitualmente, ou aquele amigo que não vê há algum tempo.  O poder do café de conectar pessoas e gerar conversas agradáveis é incrível! 

Não se esqueça de nos contar como foi – as boas histórias que o café cria devem ser compartilhadas. Inclusive, e você, já tomou uma xícara de café hoje?

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *