Seu café é um Fusca ou uma Ferrari?
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Sim, a u.Coffee só oferece aos consumidores cafés especiais, da variedade arábica e com origem em regiões brasileiras ricas em terroir. A produção é cuidada e rastreada, em processos que buscam excelência de qualidade desde o plantio da lavoura. O foco é a bebida que chega à xícara dos coffee lovers em todo o país. Sendo assim, por que vamos falar da diferença entre os cafés de nossas vitrines e aqueles comuns? Por que tratar dos cafés oferecidos aos borbotões em qualquer ponto de venda por aí?
Porque acreditamos que, por meio da informação, ajudamos a formar público; a trazer cada vez mais pessoas para compartilhar o fabuloso mundo dos cafés especiais. E, como você já sabe, selecionar um café de acordo com a qualidade não é frescura. É um assunto que interessa mais e mais ao mundo e aos brasileiros.
Já falamos que a espécie arábica é eleita pelos produtores de cafés especiais e a robusta, pelos de cafés comuns. Hoje, abordaremos a diferença que já começa na origem dos grãos, passa pelos processos produtivos e chega à xícara. Ela pode ser percebida mesmo por quem não entende tanto de café, mas preza pela qualidade do que consome.
“O processo de conhecer um café especial é semelhante ao do vinho: quem toma uma xícara de qualidade não volta para a bebida comum, a diferença é muito grande”.
Fabíola Cerqueira do Patrocínio, engenheira agrícola e produtora da marca Flor do Café
Engenheira agrícola e responsável por toda a cadeia produtiva da marca Flor do Café, Fabíola Cerqueira do Patrocínio reforça que a variedade do café é condição essencial para a qualidade do produto. No Brasil, a arábica reina entre os cafés especiais. “Ela se difere da robusta pela qualidade da bebida, nuances de chocolate, caramelo, florais. Pela doçura e pouco amargor. Trabalhamos o Catuaí, o Catucaí e derivações”, afirma.
Também a região em que um café é produzido – a procedência -, dá uma boa dica sobre a sua qualidade. Um exemplo é a Zona da Mata mineira, reconhecida pela excelência da cafeicultura, onde fica a fazenda da família. Numa comparação, o local de plantio traz uma assinatura de terroir, assim como as regiões famosas pela origem dos vinhedos. São exemplos Champagne ou Bordeaux, na França. “É como se estivéssemos em uma zona de origem controlada”, afirma.
“Desconfie de um café com torra muito escura. Apesar da qualidade inferior, o café robusta é muito tinto, recurso que pode ser usado no blend de produtos de segunda linha para dar a impressão de uma bebida mais forte e a sensação de que foi necessário gastar menos pó no seu preparo”.
Pontuação de cafés especiais
No mercado, o conceito que determina um café especial é consenso, e funciona de acordo com a classificação da SCAA – Specialty Coffee Association of America (Associação Americana de Café Especiais). “Cafés qualificados acima de 84 pontos são considerados especiais em testes e provas que avaliam aroma, doçura, torra, acidez, corpo… São cafés praticamente sem defeitos”, resume.
No paladar, segue a produtora, são essas características que determinam a qualidade de um café, diferenciando o especial do comum. “Aliás, não é raro cafés de baixa qualidade serem moídos com impurezas como cascas, gravetos, insetos e outros elementos que interferem no sabor da bebida, o que fica evidente também pelo aspecto”. Veja as diferenças nas fotos.
Top de linha
Ok, o preço de um café especial é, sem dúvida, superior ao de um café de baixa qualidade. No entanto, como já abordamos, a diferença entre produtos “top de linha” e de regulares fica na casa das dezenas. Ou seja, em termos de custo, é como pagar um pouco mais para levar uma Ferrari no lugar de um Fusca. Qual deles você gostaria de ter na garagem?
Percebendo a chegada da terceira onda do café no Brasil a partir da última década, a engenheira acredita que o consumidor está cada vez mais atento à qualidade do café, e disposto a aderir ao movimento coffee lovers. “Seja nas cafeterias, nas gôndolas dos supermercados gourmet ou no restaurante favorito, o brasileiro já nota a diferença na experiência sensorial que só um café especial proporciona. Ele sente o prazer de provar uma bebida diferenciada, de qualidade ímpar, e não se contenta mais com o café regular”.
Tabelinha do consumidor antenado
Segundo a engenheira e produtora de cafés especiais Fabíola Cerqueira do Patrocínio, há diferenças “gritantes” entre o café especial e o regular. Confira:
Especial x Comum
Variedade | Arábica | Robusta |
Grão | Mínimo de defeitos | São toleradas imperfeições e impurezas |
Colheita | É seletiva e, geralmente, manual. Pode até ser mecanizada, mas neste caso passa por beneficiamento com seleção de grãos. | Não é seletiva e há mistura de grãos verdes e maduros, gravetos, cascas |
Secagem | Um dos pontos decisivos: “o café não pode azedar” | Sem muitos cuidados |
Torra | Ponto de chocolate: “Quanto mais clara melhor para o sabor e para realçar as características de terroir | Acentuada para “esconder” defeitos |
Custo médio | R$ 50/kg | R$ 20/kg |