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Raros e fenomenais: conheça os 13 cafés mais caros do mundo

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No universo da gastronomia, alguns ingredientes são considerados realmente excepcionais. São iguarias de produção limitada, cujo preço pode ultrapassar as centenas de dólares. É o caso do caviar, das trufas e do foie-gras, por exemplo. 

Desde que o mundo passou a valorizar e a consumir cafés de qualidade superior, esse destaque gourmet também contempla a produção do café especial.

No Brasil, e em outros países, o terroir de regiões muito específicas geram cafés realmente únicos e raros. Outras vezes, animais entram na cadeia produtiva e o grão ganha características muito singulares, o que também interfere no preço. Quem nunca ouviu falar do café de jacu, um dos mais caros do planeta?   

Neste post, a uCoffee lista um ranking dos cafés mais raros e caros do mercado premium mundial. Destacamos origem, características e uma média de preço desses grãos de sabor peculiar, e explicamos o porquê de atingirem preços tão altos no comércio especializado. 

Ficou curioso? Pois embarque conosco nessa jornada em torno dos cafés que proporcionam experiências únicas e que são consumidos pelos paladares mais exigentes!

1 – Café Marfim Negro

O café produzido no Norte da Tailândia com a “ajuda” de elefantes acaba de desbancar o Kopi Luwak como o mais caro do mundo.  

Sim, o café Marfim Preto passa pelo sistema digestivo do mamífero. No processo, as cerejas ganham sabor peculiar pois são incorporadas à dieta do animal, a base de cana-de-açúcar e bananas. Os grãos são fermentados e têm as proteínas responsáveis pelo amargor do café quebradas. Na xícara, o líquido negro ganha suavidade e doçura espetaculares.

A empresa Black Ivory Coffee, especializada na produção do Marfim Negro, garante que poucas cerejas são aproveitadas nessa produção peculiar, o que justifica o preço do quilo ultrapassar os US$ 1.000. Em alguns hotéis 5 estrelas, a xícara de um Marfim Negro chega a US$ 50.

Isso por que os elefantes mastigam a fruta, que podem ser fragmentadas ou mesmo perdidas no processo digestivo do animal. Após recolhidos das fezes dos elefantes, os grãos sobreviventes são, então, lavados e torrados. 

Para se ter uma ideia da particularidade desse processo, basta a informação de que a cada 33 kg de frutas consumidas pelo mamífero, apenas 1 kg é recuperado pelos produtores.

2 – Hacienda La Esmeralda

A fama de melhor café do mundo conquistada pelo Geisha, um varietal de terroir muito específico, justifica o preço do café cultivado com maestria pela Hacienda La Esmeralda, nas terras altas do Panamá.

A altitude das lavouras, que ultrapassam os 1.700 metros, o fato de haver menos cerejas por planta e a maturação demorada fazem do geisha um dos cafés mais raros do mundo.

O produtor Francisco Serracín, mais conhecido como Don Pachi, apostou no filão. Foi ele um dos pioneiros na produção fora da África (continente de origem do Geisha), e apresentou ao mundo o café que gera uma bebida de aroma floral, excepcionalmente doce e frutada que passou a ser sinônimo de puro deleite nas cafeterias.

Hoje, o café produzido na fazenda panamenha sob a sombra de goiabeiras, conquista, em inúmeras premiações em concursos de prova profissional, os mais altos preços em leilões e é exportado para 27 países a custos altos – ½ kg chega a bater os U$ 600.

3 – Kopi Luwak

Quem foi rei, nunca perde a majestade. Prova vem do Kopi Luwak, café que fez a fama do civeta, mamífero carnívoro e de pequeno porte que vive na Ilha de Bali, Indonésia. A capacidade de o animal transformar o café em um dos ingredientes mais caros do mundo foi descoberta por acaso.

Nas lavouras de plantação colonial, os trabalhadores indonésios não eram autorizados pelos holandeses a consumir os frutos. Porém, notaram que as fezes do mamífero – que elege para o consumo apenas cerejas maduras e frescas – eram repletas de grãos e decidiram aproveitar a oportunidade de experimentar a iguaria (obviamente após higienização e torra dos grãos). Na xícara, perceberam uma bebida de sabor surpreendentes. A particularidade do café digerido pelos civetas foi notada pelos produtores e, assim, o Kopi Luwak passou a ser produzido como produto premium.

O sabor do café ingerido pelos civetas é obtido graças ao processo digestivo do animal. A presença de ácidos e enzimas garante uma fermentação natural ao fruto. Depois de os grãos serem higienizados, tratados e torrados, resultam em uma bebida com notas de frutas vermelhas, chá e rosas, baixíssima acidez e pouco amargor.

No mercado, o preço do kg do Kopi Luwak, produzido por animais silvestres (livres na natureza), chegou a atingir os US$ 2.880. Em restaurantes, o preço da xícara do café pode chegar a cerca de US$ 95. 

A justificativa para o preço alto era o pequeno volume produzido. Porém, há queixas de que muitos produtores passaram a criar o civeta em cativeiro, o que influenciou no valor de mercado do café e tem causado críticas e descontentamento entre ativistas que lutam pela conservação ambiental.

Atualmente, o kg do café pode ser encontrado a US$ 500. Ainda assim, é o terceiro café mais caro do mundo e segue ultra apreciado pelo mercado consumidor. 

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4 – Jacu Bird Coffee

Processado no Brasil, também por um animal – o pássaro jacu -, este café tornou-se um dos mais apreciados e caros do mundo.

Ave natural da Mata Atlântica, o jacu devora as melhores e mais frescas cerejas de café. O que seria um prejuízo para o cafeicultor, passou a ser uma mina de ouro. Isso por que o pássaro expele os grãos inteiros, “enriquecidos” pela fermentação, ácidos e enzimas do processo digestivo. O animal, que não tem estômago, aproveita apenas a polpa e a casca do grão, e confere ao café um sabor único.

Produtores da fazenda Camocim, no Espírito Santo, compararam a atuação do animal à do Kopi Luwak e perceberam que ali também ocorria uma mágica. Assim, no lugar de continuar a briga com os animais, passaram a acolhê-los nas lavouras. Após a colheita, os grãos encontrados no excremento do jacu são higienizados, torrados e moídos.    

Hoje, a produção, cultivada com autorização do Ibama, é reconhecida no mundo inteiro como uma das mais exóticas do planeta. Vale dizer que o jacu é uma espécie ameaçada de extinção, e não pode ser preso e nem reproduzido em cativeiro, fator que torna a produção limitadíssima e justifica o preço.

Na xícara, o café de jacu apresenta baixa acidez, amargor e doçura médios e notas de jasmim. Na cotação internacional o kg é comercializado, em média, por US$ 1.150. Em média, 30 vezes o custo de um café tradicional.

5 – Monkey Coffee

Último da lista produzido com a interferência de um animal – o macaco Rhesus –, este café cultivado na Índia traz outra peculiaridade: o mamífero não ingere a fruta, apenas aproveita a casca e o sumo e cospe o grão.

No entanto, graças ao fato do processo digestivo começar na boca, a saliva e mastigação do Rhesus conferem ao Monkey Coffee características únicas. Isso por que as enzimas dos grãos não se quebram, alterando assim o perfil geral de sabor do café.

Após serem colhidos, os grãos são higienizados, secos, naturalmente, ao sol, torrados e moídos. De cor acinzentada, as cerejas resultam em uma bebida rica em notas de caramelo e baunilha, com altos níveis de doçura e acidez equilibrada.

Seletivo por natureza, o macaco escolhe apenas as cerejas de café mais maduras e doces, o que promove um plus à produção. Não por acaso, o quilo do Monkey Coffee atinge os US$ 700 no mercado internacional.  

Cultivado em Chikmagalur, no Estado de Karnataka, conhecido por suas montanhas, praias e por responder por 30% de toda a produção de café indiano, o Monkey Coffee é recente. Também lá, o Kopi Luwak serviu de inspiração para a exploração do café processado pelo animal.     

6 –  Café Santa Helena

Mais um café de terroir, o Santa Helena leva o nome da ilha onde é produzido, a 1.200 km da costa da África. Local conhecido mundialmente por ter sido a prisão de Napoleão Bonaparte, atualmente é o cultivo de grãos de extrema qualidade que garante a fama do pedaço de terra cravado no Oceano Atlântico.

A localização peculiar é justamente o que contribuiu para as características de cultivo do café únicas, que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do mundo.

Descoberta em 1502, a ilha foi escolhida para a produção de cafés de alta qualidade. Graças ao afastamento do continente, regime de chuvas, ventos e salinização das águas, gera um varietal raro de arábica, o Green Tipped Bourbon. Originária da Etiópia, a planta começou a se espalhar a partir da ilha de Mocha, no Iêmen, nos idos do século XVIII.

O sabor a logística envolvida no transporte da produção fazem do Santa Helena um dos cafés mais caros do mundo. No mercado internacional, o kg é comercializado cerca de US$ 160.

       

7 – El Injerto

Guatemalteca, o café El Injerto é produzido desde o ano de 1900 e já conquistou por 9 vezes o Cup of Excellence, premiação de excelência reconhecida em todo o mundo. Na lavoura, apenas os grãos peaberry (uniformes) são selecionados manualmente, beneficiados e torrados.

A produção de caráter tradicional atualmente fica a cargo da quarta geração da família Aguirre, sobrenome badalado entre os cafeicultores da Guatemala e o mercado internacional. Aliás, a exportação configura o negócio da família, que destina ao exterior as melhores safras, disputadas em leilões, onde são comercializadas rapidamente.

Na xícara, o café El Injerto destaca-se pelas notas florais, sabor marcante de frutas cítricas, textura de vinho.

Além do terroir específico que gera um café de excelência e qualidades únicas, a propriedade Finca El Injerto é premiada por práticas agrícolas sustentáveis e aclamada no ranking top 10 como um dos melhores cafés do mundo.

No mercado de leilões, o quilo do El Injerto já bateu a cifra de US$ 422, o que confirma a fama de ser um dos cafés mais cobiçados do mundo.

8 – Fazenda Santa Inês

Segundo representante brasileiro na lista dos cafés mais caros do mundo, o Santa Inês é produzido em Carmo de Minas, Minas Gerais, região da Serra da Mantiqueira.

A fama do café começou a extrapolar as montanhas das Gerais a partir de 2005, quando a fazenda alcançou a marca recorde de 95,85 pontos na prova Cup of Excellence, considerada o Oscar do mundo dos cafés especiais.

A lavoura, cultivada de maneira tradicional, o que envolve colheita seletiva e manual, beneficiamento artesanal e a rastreabilidade de todos os processos produtivos, gera cafés de alta pontuação em provas que avaliam quesitos como acidez, cor e doçura do grão.

A água mineral da região montanhosa também interfere no perfil de sabor dos grãos, uma característica única do terroir local.

Na xícara, o resultado é uma bebida com pronunciado aroma de notas florais cítricas adocicadas e sabor que mescla notas frutadas (que remetem a uvas moscatel e itálicas) com fundo de caramelo. Não por acaso, os cafés da fazenda Santa Inês fazem sucesso no mercado e chegam a custar mais de US$ 50 o quilo.

9 – Blue Mountain

Com 45 km de extensão e atitudes que variam de 1.800 a 2.200 metros, a cordilheira Blue Mountain, a mais alta da Jamaica, é famosa pelo terroir único para o cultivo de cafés excepcionais.

Tanto que a produção local detém o posto de um dos cafés gourmet mais conhecidos do mundo, graças às características sensoriais apreciadas por notas de frutas cítricas, corpo leve e baixo amargor. Altitudes elevadas e chuvas fortes produzem um café com um perfil de sabor extremamente suave que o torna ideal para um café diário.

Devido ao manejo de extrema altitude e aos processos de seleção rigorosos, a produção é limitada, realizada por agricultores familiares e pequenas cooperativas. Não por acaso, o preço do quilo do café das Montanhas Azuis chega aos US$ 200.

10 – Los Planes

O que valida a fama desse café de terroir, cultivado em Citalá, El Salvador, é a performance nas provas do concurso Cup of Excellence: em 2006, o Los Planes atingiu os 95,3 pontos, e mantém os números desde então.

Cultivado em propriedade familiar, o café é composto pelo varietal Pacamara (cruzamento entre o Paca e o Maragogype), resulta em grãos grandes e é oferecido ao mercado em diferentes perfis de sabor. 

Em comum, o paladar é composto por notas frutadas sutis, particularmente amora e framboesa, nozes, acidez equilibrada e corpo médio. Em resumo, agradável em qualquer parte do mundo.

No mercado, o quilo do Los Planes custa, em média, US$ 40.

11 –  Kona havaiano ou Molokai  

O café tipo arábica produzido no Havaí leva a fama de ser um dos mais antigos do mundo, com cultivo que passa dos 1000 anos. Outro diferencial é a afirmação de que o grão possui duas vezes menos cafeína que os concorrentes, o que garante suavidade extra à bebida. 

Vale dizer também que o cultivo se dá em solo vulcânico, um terroir bastante específico e raro, rico em sais minerais. A produção de Mauna Loa, uma das ilhas mais conhecidas do do Havaí, garante ao café um sabor característico, aveludado e de notas marcantes de frutas.

No mercado internacional, o preço médio do kg bate a casa dos US$ 102.

 

12 – Café Yauco

Cultivado em Porto Rico, no Caribe, em lavouras de altitude elevada e com constante regime de chuvas, o varietal arábica é reconhecido como um dos melhores cafés de terroir do mundo. 

De produção limitada, a cargo de duas fazendas, a Hacienda San Pedro e a Hacienda Santa Ana, o café é tido como raro, o que justifica o preço elevado. 

No paladar, o Yauco é caracterizado como bem equilibrado, cremoso, amanteigado, com notas de chocolate e amêndoas.

No mercado, o kg do Yauco pode ser encontrado por US$ 30, em média.  

13 – Starbucks Ruanda Blue Bourbon 

Também um varietal arábica, o ruandês Bourbon Blue é cultivado nas regiões de altitude de Gatare e Karengara, África Oriental, tem o preço mais competitivo da lista e é comercializado pela rede Starbucks desde 2004. 

Na xícara, o café é conhecido por notas de limão, frutas escuras (cereja preta), nozes e chocolate.   

De acordo com a crítica especializada, trata-se do melhor café comercializado pela rede. 

No geral, um café equilibrado e elegante. 

Premium, o quilo do café custa, em média, US$ 24.  

Como prometido, listamos aqui os cafés mais caros e cobiçados do mundo! Maior produtor mundial do grão, o Brasil contribui com dois exemplares, o café de Jacu (ou Jacu Bird Coffee) e o Fazenda Santa Inês, produzido em Minas Gerais. 

Aqui, no nosso site, você conhece outros cafés de qualidade superior! Venha conosco nessa aventura e descubra os cafés premium mais apreciados do mercado.

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