Café Solúvel
Café Especial,  Iniciante

Café solúvel: saiba o que é, como é feito e suas características

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Mesmo que você seja um consumidor fiel de cafés de qualidade superior, não deve torcer o nariz para a versão instantânea da bebida.

Para se ter uma ideia, o café solúvel divide com o coado a preferência mundial de consumo,  movimentando um mercado multibilionário: segundo especialistas, até 2020 serão 36,3 bilhões de dólares circulando em todo o mundo graças à produção, vendas e consumo de café instantâneo. Países como China e Rússia lideram o ranking de vendas.

Além de ser a forma mais prática de consumir café, a versão vem conquistando apreciadores também pela qualidade. Isso por que, desde que foi descoberto, o café solúvel tem passado por diversas evoluções.

Hoje, graças a novas tecnologias e ao uso de grãos 100% arábica na composição do extrato, as características sensoriais do fruto do cafeeiro são preservadas. Quem ganha é o consumidor, já que há bastante semelhança gustativa e aromática do produto em relação ao café fresco.

Mas qual é o melhor café solúvel do mercado? O que devemos procurar no rótulo para garantir uma escolha assertiva?

Neste post, contamos a origem do café instantâneo, os diferentes tipos, o que levar em conta no momento da compra. Também comparamos as versões solúvel e coado, tudo para que você saiba preparar xícaras cada vez mais saborosas! Vamos nessa?

O que é o café solúvel?

Em tempos de preocupação com a origem dos alimentos que consumimos, você pode se perguntar: o café solúvel é um composto natural?

Sim! O produto que chega às prateleiras e representa a forma mais prática de preparar uma xícara é composto por grãos moídos e torrados, processados a partir de diferentes tipos de desidratação.

Ou seja, é um produto natural que se difere do café coado tradicional por não demandar a filtragem no momento do preparo.

Quem descobriu o café instantâneo?

Em relação a registros históricos, alguns países disputam a descoberta do café solúvel.

Uma das primeiras menções ao produto revolucionário data de 1771, na Inglaterra. De acordo com o Oxford Companion para a American Food and Drink, a origem do café instantâneo cabe ao inventor John Dring, que criou a versão patenteada pelo governo britânico como “composto de café”.

Um século mais tarde, em 1890, o empresário David Strang, proprietário da fábrica de café e especiarias Strang’s Coffee, na Nova Zelândia, reivindicou o título de pai do café instantâneo. Na época, ele patenteou o “pó solúvel de café seco da Strang”, um produto que podia ser preparado instantaneamente com água fervente.

No entanto, nos EUA, o químico de ascendência japonesa Sartori Kato patenteou uma outra versão de café solúvel, o “Concentrado de Café e Processo de Fazer o Mesmo” , em 1901. Segundo registros, foi o primeiro pó de café solúvel estável do mercado, mas apenas uma década mais tarde que o produto passou pelas primeiras transformações e, assim, começou a ser produzido e comercializado em larga escala.

E isso foi mérito do empresário belga-americano George Constant Louis Washington, que inventou o primeiro café instantâneo produzido em massa. A popularidade daquele pó se espalhou principalmente durante a Primeira Guerra Mundial, quando soldados americanos passaram a consumir o produto nos campos de batalha.

Escalada Mundial

Hoje, o café instantâneo é o preferido entre consumidores de mercados gigantescos como China, Rússia, Reino Unido e Turquia. O Japão lidera a lista de fabricantes, superando os EUA. Na sequência do top 5, temos Filipinas, Reino Unido e China.

Em relação ao volume fabricado em comparação ao café tradicional, os australianos são os primeiros colocados: 75% de todo o café fabricado na Austrália e na Nova Zelândia é solúvel, a maior parcela registrada no mundo. A Rússia também explora o filão e é, hoje, um dos 10 principais fornecedores de café instantâneo para a Alemanha, superando o Brasil, a Suíça e a Índia.

Afinal, como o café solúvel é fabricado?

A mágica por trás da produção do café instantâneo envolve, basicamente, a hidratação (processo de extração) e desidratação (ou secagem) dos grãos. Até chegar neste ponto, o processo é o mesmo usado para o preparo do café fresco: seleção dos grãos, torrefação e moagem.

A partir desse momento, o café que será transformado na versão solúvel passa por um processo industrial complexo, que envolve alta tecnologia e rigorosos padrões de qualidade, sem qualquer contato manual.  

O primeiro passo é a imersão em água ou um processo de extração. Nesse mergulho, o objetivo é tornar a mistura um produto concentrado, capaz de preservar os sabores e aromas do café. É aí que os compostos do grão se tornam líquidos!

O próximo é a secagem do café instantâneo – o que realmente difere a produção. 

A secagem do extrato concentrado de café pode ser realizada de duas maneiras principais. Por congelamento – a forma mais utilizada no mundo – ou por pulverização.

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Tipos de secagem: Congelamento x  Pulverização

Na secagem por congelamento (liofilização), o extrato concentrado de café é colocado em câmaras de resfriamento rápido e se transforma em cristais de gelo. Por meio de um sistema a vácuo, as câmaras são, então, aquecidas, o que causa a condensação da água congelada, que é removida do extrato. Das câmaras, o extrato, agora seco, será embalado e encaminhado para os distribuidores.

Já na secagem por pulverização (aspersão), que é uma forma mais barata de processar o café instantâneo, o extrato concentrado de café é pulverizado por um spray posicionado a 30 metros de altura. Na trajetória até o chão, o extrato perde a água, restando apenas o pó solúvel.

Num resumo, as etapas de elaboração do café solúvel (e suas diferentes formas) ocorrem na seguinte sequência:

  • Seleção dos grãos de café
  • Torra
  •  Moagem
  •  Extração
  • Tratamento de extrato
  •  Recuperação de aromas
  •  Concentração
  • Secagem (por aspersão ou liofilização)
  •  Aglomeração
  •  Envase

Vale ressaltar que em todo o mundo o café instantâneo é fabricado a partir de grãos das variedades arábica e/ou robusta/conilon, e que o extrato de um café de qualidade contém apenas os componentes do grão e água. Nada mais.

No Brasil, inclusive, o café solúvel comercializado não pode conter nenhum aditivo ou conservante. Fique de olho!

Tipos de café solúvel

No mercado, há três tipos de café instantâneo. A variedade se dá em função do método de secagem. São eles:

Spray dried

O spray dried é o café solúvel em pó. No processo de fabricação, o extrato de café é submetido a altas temperaturas e pressão, o que aumenta a concentração do produto e o torna volátil. Em seguida, o material é bombeado para o topo de uma torre, onde passa por pulverização e exposição ao ar quente, o que faz o grão já torrado e moído perder a umidade e se converter em pó.

Aglomerado

É fabricado a partir do café spray dried. A diferença é que o grão moído passa por um processo de aglomeração em um equipamento específico que junta pó e vapor, com pressão e velocidade ideais para que alcance a granulometria desejada. O produto final é uniforme e de fácil dissolução, com excelentes características de aroma e sabor.

Freeze dried ou liofilizado

Processo recente e considerado sofisticado, consiste no congelamento do extrato de café a temperaturas muito baixas (até -40°C). Em seguida, o produto passa pelos processos de moagem, secagem a vácuo e sublimação (passagem direto do estado sólido para o gasoso). O complexo processo de desidratação objetiva preservar ao máximo as qualidades sensoriais dos grãos e dá origem a um café encorpado, com qualidade superior.

Interessante destacar que, geralmente, o café liofilizado tem um preço maior em comparação aos outros tipo de solúvel. Isso porque, além do processo de secagem complexo, fabricantes privilegiam blends 100% arábica na produção. Tudo para atender a consumidores de alto padrão e dispostos a pagar mais por uma bebida de qualidade superior. Fica a dica!

Características do café solúvel

Destacamos aqui que, desde que o café liofilizado passou a ser explorado, o mercado consumidor ganhou um plus. Afinal, muitos fabricantes utilizam apenas grãos arábica na produção, o que eleva a qualidade do café.

Mas, de forma geral, diante das novas tecnologias de produção e do desenvolvimento do mercado de cafés especiais, qualquer tipo de instantâneo tende a preservar as características de aroma e sabor do grão.

É praxe que o café solúvel tenha sabor suave, muitas vezes com presença de notas de caramelo. No entanto, traz algumas diferenças em relação ao café fresco. A principal é a menor concentração de cafeína, como veremos a seguir. 

No mercado, o produto pode ser encontrado na forma de pó, grânulos ou liofilizado. Em todas as versões, o preparo é simples: basta acrescentar água filtrada e quente, sem necessidade de coar.

Diferenças entre o café solúvel e o fresco (ou coado)

Já vimos que o grão de café é torrado e moído antes de entrar em linha de produção para se tornar um café solúvel. 

Na versão fresca, o pó deve ser coado ou passar por outro método de preparo. Na versão solúvel, basta acrescentar água. Mas quais são as diferenças entre um e outro?

Certamente, a menor concentração de cafeína é uma das principais: especialistas apontam que um solúvel tem 20% a menos da substância estimulante. Uma xícara de café instantâneo pode conter entre 30 e 90 mg de cafeína, enquanto uma xícara de café comum contém entre 70 e 140 mg. Há, ainda, versões de instantâneo descafeinadas.

Em comparação ao coado, o café instantâneo contém até duas vezes mais acrilamida – um químico potencialmente prejudicial que se forma durante a torrefação. Mas a quantidade ainda é muito menor do que é considerado prejudicial à saúde. Não se preocupe!

O café fresco costuma apresentar sabor e aroma mais encorpados, além de preservar melhor as características nutricionais do grão, responsáveis pelos diversos benefícios do café para a saúde. Apesar disso, ambos contém antioxidantes e nutrientes.

A favor do café instantâneo pesa o preparo rápido e prático, além do custo mais barato. Ou seja, trata-se de uma boa opção para o momento da pressa ou para quem pretende diminuir o consumo de cafeína!

Conclusão: há cafés instantâneos de qualidade?

Conhecemos aqui mais sobre fabricação, tipos e comercialização do café solúvel, um dos mais consumidos do mundo!

Sabemos que o produto contém menos cafeína e mais acrilamida que o café fresco. No entanto, mantém as características sensoriais dos grãos, nutrientes e antioxidantes poderosos. Além disso, é mega prático de preparar!

Decidir, então, pelo consumo de um ou outro dependerá do seu estilo, da rotina de vida, de preferências de sabor na xícara.

Cabe um palpite? Como defendemos aqui, escolha marcas de solúveis que trabalham com grãos 100% arábica. Os varietais são trabalhados com mais cuidado, numa cadeia produtiva de origem rastreada. As cerejas são colhidas à mão, selecionadas em processos rigorosos de qualidade, torradas na medida para extrair o máximo de sabor do café. 

Leia mais sobre os grãos especiais em nosso artigo sobre café arábica e não tenha dúvidas na hora de escolher sua versão, seja fresco ou solúvel!

Boa leitura e até a próxima xícara!

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