O café foi o responsável pela webcam! Você Sabia?

A inspiração para a inovação tecnológica revolucionária nem sempre está enraizada em ideias visionárias selvagens e maravilhosas. Às vezes, nasce das situações mais cotidianas e se a necessidade é a mãe da invenção, a preguiça é definitivamente o pai.

Os inventores da primeira webcam não estavam pretendendo mudar a maneira como nos comunicamos para sempre. Em vez disso, eles estavam apenas tentando resolver um problema do mundo real que a maioria de nós que já trabalhou em um escritório pode se relacionar.

“Existe algum café na cafeteira ou eu vou andar todo o caminho até lá e encontrá-lo vazio? ”

Assim, os cientistas creditados com a invenção da primeira webcam tropeçaram na ideia em busca de algo muito mais antiquado: café quente.

Enquanto os geeks da Universidade de Cambridge trabalhavam em projetos de pesquisa na vanguarda da tecnologia, um equipamento era indispensável para toda a equipe: a cafeteira.

“Uma das coisas que é muito importante na pesquisa em ciência da computação é um fluxo regular e confiável de cafeína”, explica o Dr. Quentin Stafford-Fraser, um dos pais da invenção.

Qual era o problema, então? A única cafeteira de todo o prédio de sete andares estava localizado no principal laboratório de informática do segundo andar. O Trojan Room. Assim, boa parte dos pesquisadores trabalhavam em diferentes laboratórios e em diferentes andares não tendo acesso a ela. 

“Nós costumavam sair para pegar um pouco de café e, ao chegarmos lá, não havia mais nem uma gota”, lembra Stafford-Fraser.

Em um esforço para encontrar uma solução, ele e outro cientista, Dr. Paul Jardetzky, montaram uma câmera digital e a conectaram à rede interna de computadores da universidade. Eles usaram um software especializado, embora rudimentar, para visualizar as imagens de câmera de 128 × 128 pixels em escala de cinza em um poderoso 3 quadros por minuto.

A equipe estava feliz. Nunca mais teriam que suportar o trauma de uma caminhada longa e solitária até o pote de café, só para descobrirem que não tinham o “líquido sagrado”.

A notícia saiu e, em pouco tempo, milhões de entusiastas de tecnologia de todo o mundo estavam acessando imagens da cafeteira da sala Trojan.

O Dr. Stafford-Fraser lembra-se de ter recebido e-mails do Japão perguntando se uma luz poderia ser acesa durante a noite para que o pote pudesse ser visto em diferentes fusos horários.

“Eu às vezes acho que nada mais do que eu fizer  na minha vida vai ter essa cobertura e foi apenas uma ideia louca da tarde”, acrescenta o Dr. Stafford-Fraser.

A câmera foi realmente desligada em agosto de 2001 sobrando apenas a última foto tirada pela webcam. A máquina de café foi leiloada por mais de US $ 5.000 para a revista alemã Der Spiegel, foi reformada e colocada de volta no trabalho pela Krups.

Fonte: BBC