Como Funciona a Classificação do Café Verde?

Entenda como funciona a classificação do café verde, por que ela é essencial para a qualidade e os desafios para padronizar esse processo no mercado mundial!
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Introdução

Antes do café chegar torrado e aromático até a sua xícara, existe um processo pouco conhecido, mas essencial para garantir a qualidade da bebida: a classificação do café verde. Essa etapa é fundamental para identificar as características do grão e preservar sua qualidade ao longo da cadeia de produção.

No entanto, apesar da sua importância, a classificação de cafés verdes ainda é um tema cercado de desafios, principalmente pela falta de um sistema padronizado entre os países produtores. Vamos entender melhor como tudo isso funciona?

O que é a classificação do café verde?

A classificação do café verde é o processo de avaliação dos grãos crus, ainda sem torra, para determinar sua qualidade. É nessa etapa que são analisados critérios como:

  • Tamanho dos grãos;
  • Densidade;
  • Cor e aparência física;
  • Quantidade e tipo de defeitos.

Esse processo ajuda produtores, compradores e torrefadores a entender o perfil do café antes da torra, e a tomar decisões mais assertivas sobre armazenamento, comercialização e métodos de preparo ideais.

Especialista avaliando café verde

Como o café verde é classificado?

Embora não exista um sistema único de classificação no mundo todo, o processo costuma seguir uma lógica parecida em muitos países. Ele começa geralmente com a peneiração dos grãos, usando telas com diferentes tamanhos de furos. Assim, os grãos são separados de acordo com seu diâmetro, medido em frações de polegada (por exemplo, uma tela 15 indica furos de 15/64 polegadas, cerca de 5,95 mm).

Além da peneira, é comum o uso de mesas de gravidade, que separam os grãos pela densidade. Grãos mais densos tendem a ter melhor qualidade, pois indicam maturação completa e maior resistência ao processamento.

Outro critério importante é a cor: cafés verdes lavados de alta qualidade, por exemplo, exibem um tom verde-azulado vibrante. Tons desbotados ou amarelados podem sinalizar envelhecimento, ou armazenamento inadequado. Esses processos são feitos por profissionais preparados e uma grande referência na área de classificação de cafés é a Carmo Coffees.

Por que cada país tem seu próprio sistema?

Cada país produtor desenvolveu seu sistema de classificação para atender às características únicas de sua produção. O tamanho dos grãos, o método de processamento e as variedades cultivadas variam muito de região para região.

Por exemplo:

  • Quênia: utiliza grades como AA e AB, baseadas principalmente no tamanho dos grãos.
  • Etiópia: adota um sistema que leva em conta as características específicas dos grãos nativos e silvestres.
  • Brasil: utiliza a peneira combinada a fatores como tipo de bebida e número de defeitos.
Exportadora avaliando café verde

Além disso, fatores como barreiras linguísticas e a diferença entre cafés arábica e robusta também contribuíram para a criação de sistemas distintos.

Essa diversidade, apesar de refletir a riqueza da produção mundial, pode gerar confusão entre produtores, compradores e profissionais do café que atuam em diferentes mercados.

A importância da classificação para a qualidade do café

A classificação do café verde é crucial para manter a integridade do produto até o consumidor final. Cafés com grãos maiores e mais densos exigem armazenagem e torra específicas para realçar seu potencial.

Para os produtores, a classificação permite comunicar a qualidade do café de maneira rápida e eficaz ao mercado, facilitando negociações e leilões. Para os torrefadores, conhecer o tamanho e a densidade dos grãos é essencial para desenvolver perfis de torra precisos, evitando que grãos pequenos queimem enquanto os maiores ainda não atingiram o ponto ideal.

Grãos de Café verde na mão do produtor
Além disso, o processo de classificação é uma oportunidade de identificar e descartar grãos defeituosos, como os danificados por pragas, mal armazenados ou fermentados inadequadamente, que impactariam negativamente o sabor final da bebida.

Podemos simplificar ou padronizar a classificação do café verde?

Atualmente, muitos profissionais do setor defendem a criação de um sistema de classificação mais unificado. A ideia seria facilitar a comunicação entre diferentes mercados, aumentar a transparência e tornar o processo mais acessível, principalmente para pequenos produtores e novos profissionais do café.

Um dos primeiros passos para isso seria a padronização da classificação por tamanho e densidade, usando medidas objetivas e descrições universais. Isso poderia beneficiar toda a cadeia, do produtor ao torrefador.

No entanto, especialistas apontam que é difícil chegar a um consenso mundial, já que fatores culturais, históricos e de mercado pesam muito na maneira como cada país classifica seu café. Uma alternativa viável seria manter os sistemas locais, mas criar traduções claras e equivalentes para facilitar a comunicação internacional.

A classificação do café é parte essencial da jornada até a sua xícara

Apesar da complexidade e das diferenças entre sistemas, a classificação do café verde é um passo fundamental para garantir qualidade, sabor e consistência no produto final. Conhecer um pouco mais sobre esse processo também nos aproxima da história do café que chega à nossa mesa, uma história de cuidado, técnica e paixão.

Por fim, acreditamos que cada grão é escolhido com rigor para entregar a você experiências únicas, da fazenda à xícara. Ficou alguma dúvida? Deixa aqui nos comentários!

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