O Futuro do Café Coado

Descubra como o café coado está se reinventando com novas técnicas, sustentabilidade e tecnologia. Veja por que ele continua relevante para o futuro do café!
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Introdução

O café coado sempre teve seu lugar cativo no coração dos amantes da bebida. Simples, acessível e incrivelmente versátil, ele atravessou gerações, culturas e continentes. Mas com a crescente popularidade de métodos como espresso, cold brew e extrações inovadoras, uma pergunta paira no ar: qual é o futuro do café coado?

Apesar de parecer uma técnica tradicional e até “simples demais” para os padrões modernos, o coado está longe de perder relevância. Na verdade, está passando por uma verdadeira reinvenção.

A Nova Geração Descobrindo o Coado

Se antes o café coado era associado às casas de vó ou ao café da manhã corrido, hoje ele ganha nova vida nas mãos de baristas, coffeelover, coffeegeeks e marcas que enxergam na filtragem manual uma forma de explorar o máximo do potencial de um grão especial.

Com métodos como V60, Kalita Wave, Chemex e até técnicas brasileiras como o tradicional coador de pano, o café filtrado assume hoje um papel de destaque nos coffee shops mais respeitados do mundo.

E o que impulsiona esse movimento? A busca por clareza sensorial, controle de extração e, acima de tudo, autenticidade.

Fazendo técnica de pré-infusão em café coado

Essa redescoberta do coado está intimamente ligada ao movimento dos cafés especiais. À medida que mais pessoas aprendem sobre a importância da origem, do terroir e da torra, cresce também o interesse por métodos que realcem essas características com precisão. E o coado, com seu preparo mais lento e controlado, permite destacar notas sensoriais delicadas que poderiam passar despercebidas em outros métodos.

Além disso, as redes sociais desempenham um papel central nessa nova valorização. Vídeos de preparo no V60 com slow motion, receitas personalizadas e a estética dos setups minimalistas de café em casa conquistaram espaço no Instagram e no TikTok. Isso criou uma comunidade global de apaixonados que compartilham dicas, técnicas e feedbacks em tempo real, tornando o café coado parte de um estilo de vida que mistura prazer, conhecimento e expressão pessoal.

Outro ponto relevante é que, ao contrário do que se pensa, a juventude atual não busca apenas praticidade. Muitos se encantam pela ritualística do preparo, pelo tempo dedicado a algo feito com as próprias mãos. O café coado, nesse sentido, virou um antídoto para a pressa do dia a dia, um momento de pausa que conecta o bebedor ao que está na xícara de forma mais íntima e consciente.

Tecnologia e Inovação na Preparação

A popularização dos moedores manuais de alta precisão, balanças digitais com cronômetro, “bicos de ganso” e até aplicativos que ajudam na repetição de receitas mostra que o café coado está mais tecnológico do que nunca.

Isso atrai um público novo: curioso, conectado e ávido por entender o que está por trás de cada nuance de sabor. Esses consumidores estão menos interessados na conveniência e mais na experiência.

Hoje, vemos marcas investindo em equipamentos cada vez mais precisos e acessíveis. Moedores com regulagens milimétricas, balanças com conectividade via Bluetooth e chaleiras com controle de temperatura são apenas alguns exemplos de como a tecnologia está democratizando o acesso à excelência na preparação do café filtrado. Se liga nesse equipamento que mede a concentração de café na xícara:

O que antes era restrito a cafeterias especializadas agora está presente nas cozinhas de coffee geeks do mundo todo.

Além dos equipamentos físicos, a digitalização também tem seu papel. Aplicativos que ajudam a cronometrar o tempo de infusão, sugerem receitas com base no grão e método, ou até integram perfis sensoriais a cada extração tornam a experiência mais interativa. Essa conexão entre café e tecnologia cria um ambiente onde o aprendizado contínuo é incentivado, mesmo para quem está começando.

Outro ponto interessante é o avanço de métodos automatizados que buscam replicar a qualidade do coado manual. Cafeteiras como a Poursteady ou a NextLevel, por exemplo, permitem uma repetição precisa dos parâmetros de preparo, mesclando consistência com performance. Embora o toque humano ainda seja insubstituível em muitos casos, essas soluções mostram que inovação e tradição podem caminhar lado a lado no futuro do café coado.

Sustentabilidade: Um Aliado do Coado

Outro fator que impulsiona o café filtrado é a preocupação crescente com a sustentabilidade. Diferente de métodos que exigem cápsulas ou equipamentos complexos, o coado, quando feito com filtros biodegradáveis ou reutilizáveis, têm impacto ambiental reduzido.

Além disso, muitos produtores e cafeterias estão usando esse método para promover cafés de origem única, produzidos de forma ética e com foco em qualidade, reforçando uma cadeia mais justa e consciente.

O Papel dos Campeonatos e da Educação

Competições como o World Brewers Cup ajudaram a elevar o status do café coado, mostrando que ele pode ser tão sofisticado quanto um espresso. Nessas disputas, a atenção aos detalhes, temperatura da água, gramatura exata, turbulência, tempo de infusão, revela a complexidade por trás de uma xícara aparentemente simples.

Além disso, cursos, workshops e conteúdos online educam o público, desmistificam técnicas e fortalecem a cultura do preparo manual.

Créditos da Imagem: World Brewers Cup

Competição de cafés especiais

Muito Além do Coador de Pano e do V60

Apesar de ser o método mais popular no imaginário coletivo brasileiro, o coador de pano está longe de ser o único caminho para preparar um bom café filtrado, muito menos só o V60. Nos últimos anos, a variedade de métodos disponíveis cresceu, permitindo que baristas e coffee lovers escolham a técnica que melhor valoriza o perfil sensorial de cada grão de café. Cada método tem características únicas de fluxo, retenção e interação com o pó, o que influencia diretamente o sabor da bebida.

Essa diversidade permite que o café coado se adapte a diferentes preferências, de quem busca uma bebida mais leve e limpa a quem prefere algo encorpado e doce. Além disso, muitos desses métodos têm se popularizado não só por suas qualidades sensoriais, mas também por seu design funcional e atrativo, que tornam o preparo uma experiência visual e tátil.
Veja alguns dos métodos mais utilizados para fazer café coado hoje:

  • Kalita Wave – Fundo plano com três furos. Ideal para extrações mais equilibradas e consistentes.
  • Chemex – Design clássico com filtro espesso. Produz um café mais limpo e delicado.
  • Melitta – Método tradicional com base fechada. Fácil de usar, bom para o dia a dia.
  • Origami Dripper – Estilo japonês, semelhante ao V60, mas com design em cerâmica que mantém melhor a temperatura.
  • Clever Dripper – Combina filtragem por imersão com coado, oferecendo mais corpo.

Explorar diferentes métodos é uma forma de descobrir novos sabores e entender melhor o potencial dos cafés especiais. Para quem está começando, experimentar pode ser tão prazeroso quanto degustar.

Se você quer aprender na prática como usar cada um desses métodos, a Unique Cafés tem uma playlist no YouTube dedicada a isso. Lá, você encontra vídeos didáticos, passo a passo, com dicas de preparo para diferentes equipamentos — do V60 ao coador de pano, passando por métodos menos conhecidos que também merecem destaque. É uma excelente forma de mergulhar nesse universo e encontrar o estilo de preparo que mais combina com você.

O Desafio: Tornar o Coado Mais Acessível

Embora o café coado ofereça uma experiência sensorial rica, muitos consumidores ainda o enxergam como um método complexo ou trabalhoso demais para o dia a dia. O desafio está em quebrar essa percepção e mostrar que é possível preparar um café filtrado excelente com poucos equipamentos e alguma orientação. Para isso, materiais educativos simples, como vídeos curtos, infográficos e até reels têm sido grandes aliados. Inclusive, recentemente indicamos 10 canais do Youtube para quem ama café, vale a pena conferir!

Outro ponto importante é o custo de entrada. Moedores manuais, balanças e chaleiras com bico de ganso, por mais acessíveis que estejam se tornando, ainda representam um investimento inicial. Cafeterias e marcas podem colaborar oferecendo oficinas introdutórias, (como a Master Class de Coados da Unique) kits promocionais e receitas descomplicadas, mostrando que o preparo manual não precisa ser exclusivo de especialistas.

Além disso, existe a oportunidade de adaptar o coado ao cotidiano das pessoas. Embalagens com moagem pronta para filtrado, filtros biodegradáveis, receitas para uma única xícara, drip coffee e orientações sobre como aproveitar o que já se tem em casa (como uma chaleira comum ou um suporte de filtro simples) são caminhos para popularizar o método sem perder a essência. O café coado pode (e deve!) continuar sendo uma ponte entre qualidade e simplicidade.

E o futuro?

Tudo indica que o café coado não apenas sobreviverá, como continuará evoluindo. Ele está cada vez mais conectado a uma visão de café como experiência, e não apenas como bebida. Seu futuro estará nas mãos daqueles que valorizam:
  • Transparência na cadeia do café;
  • Histórias por trás de cada xícara;
  • Preparos manuais com alma e intenção;
  • Tecnologia a favor da simplicidade.
Em um mundo que busca reconexão com o essencial, o café coado se posiciona como um símbolo da nova era do consumo: consciente, artesanal e repleto de sabor.

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