Escolhendo o melhor café para o meu gosto
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É comum vivenciarmos uma pessoa indicando um alimento para outra baseada em seu gosto pessoal. Certamente, você mesmo já indicou um alimento que adora para outra pessoa e a reação desta ao experimentar não foi nada do que você esperou, não é mesmo?
Isso acontece porque a preferência por sabores ou aromas é pessoal e seu resultado é baseado em todas as experiências que você acumulou ao longo da vida, principalmente na infância.
Ao longo deste texto, você vai aprender um pouco mais sobre como ocorre o processo de degustação dos alimentos e quais são os principais fatores que formam o sabor e aroma de um bom café para que você possa escolher o melhor café para seu gosto.
A degustação dos alimentos
O processo de degustação do alimento, passa pelo sistema sensorial gustativo (paladar), onde os sabores são reconhecidos com a participação concomitante do sistema olfativo.
Os estímulos sensoriais provenientes desses dois sistemas sensibilizam a mesma região cerebral, sendo mutuamente importantes no diagnóstico sobre aquilo que degustamos ou percebemos pelo aroma que possui.
Os gostos são percebidos em diferentes regiões da língua: o doce na ponta, acidez na parte lateral e posterior e, o amargor no fundo, ao engolirmos, por isso alimentos ou bebidas com complexidade de nuances, podem ser apreciados com sua riqueza de características.
O sabor do café
O café é uma bebida complexa, e as principais características que compõe o seu sabor são: aroma, doçura, acidez, amargor e corpo. Elas são responsáveis pelos gostos e percepções obtidas no paladar quando experimentamos uma xícara de café.
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Aroma
São os elementos perceptíveis através do olfato. Alguns tipos de aroma são: florado, cítrico, achocolatado, frutado. Cafés gourmet finos têm aroma pronunciado e uma maior acidez permite maior percepção do aroma.
“O estímulo aromático pode ser alcançado pelo epitélio olfatório através de dois caminhos: via nasal, durante o ato de cheirar (que se refere à olfação ortonasal) e via oral, durante o consumo do alimento (que se refere à olfação retronasal). A olfação ortonasal se inicia a partir de um estímulo externo, o qual viaja através da narina anterior em direção à mucosa olfatória durante o ato de cheirar. Já o processo retronasal se dá após a deglutição, onde moléculas aromáticas voláteis são liberadas da matriz alimentícia e chegam até a cavidade nasal através da faringe, estimulando receptores da fenda olfativa.”
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Acidez
É a sensação obtida na parte lateral da língua, o ponto de torra tem uma influência muito importante na acidez do café.
Qualquer que seja a acidez que um café gourmet naturalmente tenha, esta será maximizada quanto mais clara for a torra. Inversamente, quanto mais escura for a torra menor será a acidez. Acidez fresca e cítrica é desejável e traz vida ao café. Já um sabor azedo é indesejável e geralmente resultado de grãos colhidos verdes ou com defeito.
No Brasil, os cafés admirados são pouco ácidos e concentramos a maior produção de café ácidos no Sul de Minas, porém a acidez pode ser bastante desejável no café, especialmente em mercados europeus.
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Amargor
Sensação obtida no meio da língua e na garganta, é o gosto produzido pela cafeína. Costuma ser leve ou equilibrado nos cafés gourmet e de melhor qualidade. Amargor forte ou muito forte é resultado de uma torra muito acentuada (escura), de um tempo excessivo de contato da água com o pó de café (moagem fina), ou de cafés de qualidade inferior.
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Corpo
É uma sensação causada na boca pela persistência no paladar. Um café gourmet pode ter corpo leve, médio ou encorpado, dependendo da variedade do grão ou do blend. Quanto mais “viscoso” e “pesado” na boca, maior o corpo, quanto mais “leve” e “delicado” menor será o corpo.
O corpo do café será mais leve quando a torra for clara, ou podendo ficar mais encorpado em pontos de torra mais escuros.
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Doçura
A doçura vem de grãos maduros e da caramelização no processo de torra. Os cafés gourmet mais finos normalmente apresentam uma doçura mais acentuada, trazem notas de caramelo, mel ou chocolate e permitem que sejam bebidos sem adição de açúcar.
Já os cafés preparados com excesso de grãos verdes, pretos ou ardidos apresentam doçura baixa ou nula o que acabam resultando na necessidade de adição do açúcar para camuflar o sabor ruim. Percebida na ponta da língua, a doçura de um café gourmet pode oscilar entre nula, baixa e alta.
O café é uma bebida rica de sensações, e conhecer melhor sobre o que interfere diretamente em suas características finais é incrível, não é mesmo?
Agora, além de conhecer os principais significados dos termos que caracterizam o sabor do café, você pode descobrir o café que mais combina com o seu paladar e aproveitar para se aprofundar em novos aromas e sabores.